Procurando esperança para escrever diante dos últimos acontecimentos. Ainda estou estarrecida, como muitas pessoas, diante da notícia veiculada ontem por diversos meios de comunicação. Nas reportagens levantam a possibilidade do indivíduo ter sofrido bullying na escola. Outros que ele sofreria de alguma doença mental. Cada um tenta encontrar uma explicação para tamanha barbárie.
Ver choro, lágrimas, desespero, dor e se sentir impotente diante de um fato inexplicável. Como as pessoas envolvidas direta ou indiretamente no ocorrido vão suplantar tamanha dor e sofrimento? Como ajudar quem sobreviveu a momentos tão brutais?
Será que terão dificuldade em encarar novamente esta escola? Professores, funcionários, alunos, pais...
Como sobreviver a esta experiência devastadora? Tão poderosamente danosa quanto a experiência física o trauma psicológico pode se tornar o maior inimigo dessas pessoas. Um inimigo interno e poderoso.
Essas pessoas precisam ser salvas mais uma vez. Agora do trauma.
Arranjar forças para recomeçar e se reconstruir. Difícil mas não impossível. Começar a respeitar o período de dor de cada um. Cada pessoa tem a sua forma de lidar com a dor da perda. Mas em alguns momentos precisamos de ajuda para suplantar nossos fantasmas interiores. E isso não é vergonha é coragem.
Não há vergonha em procurar apoio para seguir em frente.
Coragem que acredito as pessoas terão para, no futuro, não termos que enfrentar situações tão devastadoras quanto a que tivemos o desprazer de assistir. Traumas do presente podem destruir um ser humano no futuro.
Aprender a lidar com a dor e encará-la de frente nunca é fácil.
É hora de respeitar a dor e o período de recuperação.
Minha solidariedade a todos os envolvidos.