terça-feira, 5 de maio de 2009

Sou Mãe

Este texto que transcrevo infelizmente não sei o nome do autor. Se alguém souber e puder me enviar colocarei os créditos merecidos. É um belo texto que fala das mães, avós e tias. Leiam com carinho, sei que vocês vão gostar. Ele é um presente.
Sou Mãe... Tia...Avó...Bisavó...

Uma mulher chamada Anne foi renovar a sua carteira de motorista. Pediram-lhe para informar qual era a sua profissão. Ela hesitou, sem saber bem como se classificar."O que pergunto é se tem um trabalho", insistiu o funcionário."Claro que tenho um trabalho!" exclamou Anne. "SOU MÃE""Nós não consideramos "mãe" um trabalho Dona de Casa é para isso"disse o funcionário friamente.

Não voltei a lembrar desta história até o dia em que me encontrei em situação idêntica. A pessoa que me atendeu era óbviamente uma funcionária de carreira, segura, eficiente, dona de um título sonante, do gênero, "oficial inquiridor". "Qual a sua ocupação?" perguntou. Não sei o que me fez dizer isto: as palavras simplesmente saltaram-me da boca para fora: "Sou Pesquisadora Associada no Campo de Desenvolvimento Infantil e das Relações Humanas".

A funcionária fez uma pausa, a caneta de tinta permanente a apontar para o ar, e olhou-me como quem diz que não ouviu bem. Eu repeti pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas. Então reparei, maravilhada, como ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.

"Posso perguntar"disse-me ela com novo interesse, "o que faz exatamente nesse campo?"Calmamente, sem nenhum traço de agitação na voz, ouvi-me a responder:

"Tenho um programa permanente de pesquisa (qualquer mãe o tem), em laboratório e no terreno( normalmente eu teria dito dentro e fora de casa). Trabalho para os meus mestres (toda a família), e já passei quatro provas (todas meninas). Claro que o trabalho é um dos mais exigentes da área das humanidades (alguma mulher discorda?) e frequentemente trabalho 14 horas por dia (para não dizer 24 horas...)

Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária que acabou de preencher o formulário, se levantou, e pessoalmente me abriu a porta. Quando cheguei em casa, com o troféu da minha nova carteira erguido, fui comprimentada pelas minhas assistentes de laboratório - de 12, 7 e 3 anos.

Do andar de cima, pude ouvir a minha nova modelo experiemtal (uma bebê de 6 meses) do programa de desenvolvimento infantil, testando uma nova tonalidade da voz. Senti-me triunfante!
Tinha conseguido derrotar a burocracia.
E fiquei no registro do departamento oficial como alguém mais diferenciado e indispensável à humanidade do que uma simples mãe!
Maternidade... Que carreira gloriosa! Especialmente quando se tem um título na porta.

Assim deveriam ser as avós: "Associada Sênior de Pesquisa no Terreno para o Desenvolvimento Infantil e de Relações humanas". As bisavós: "Executiva- associada Sênior de Pesquisa". Eu acho!!! E também acho que para as tias podia ser: "Assistente associada de Pesquisa".


Um comentário:

  1. Drª Regina,
    Tb?
    Soube q a senhora saiu da Clinica Dona Saúde. Gostaria de saber onde a senhora está atendendo? e q plano a senhora asseita?
    me mande por e-mail. vivianarciso@hotmail.com
    bjos

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